28 de set. de 2011

A importância de Redson (e da banda Cólera)

O vocalista e guitarrista Redson foi responsável por marcar a história do punk rock brasileiro. A qualidade da música, a produção de discos independente em território brasileiro, a força das letras e a energia das apresentações ao vivo. Eu poderia listar tantos outros fatos da importância global de Redson, que morreu na noite de ontem.

Ficarei restrito a importância de Redson e toda banda Cólera exerceu sobre minha formação.

Nos primeiros anos da década de 1990, eu era um jovem adolescente com um futuro destinado ao "desajuste social" ou a tentar vencer na vida. Morava num Bairro formado por pela classe trabalhadora, antes da abertura das portas para a classe média. As perspectivas estavam reduzidas aos pequenos furtos, consumos de drogas químicas ou ser uma peça na linha de produção fabril ou no atendimento e prestação de serviços. Aquela coisa de trabalhar por longas horas e ganhar pouco.

Eu não faço ideia às razões, algo na minha história apontava por querer um terceiro caminho, uma opção diferente de todas que estavam impostas. O ato de escutar algumas bandas de rock nacional era uma saída do que era imposto. O que surgiu como algo modelar e indicador para os meus passos numa perspectiva diferente foi o disco “Pela paz em todo mundo”, da banda Cólera.

As músicas contendo doses enérgicas eram o suficiente para me manter vivo em longas horas de tédio no Bairro Floresta. As letras falando sobre viver na cidade despertavam questionamentos sobre o que via e sentia de opressão. A necessidade de ser ouvido na minha adolescência, a compreensão de todas as pessoas como portadores de direitos por serem humanos históricos...

Sabe, as razões são múltiplas para sentir uma tristeza com a prematura morte de Redson, que sem saber passou por aqui como um grande estimulador e provocador de mudanças que nenhum professor e pedagogo realizou na minha vida.

(Por Maikon K)

Ps: Eu não sou um “desajustado social” nem vencei na vida, to é na luta para mudar o mínimo de toda a merda imposta na cidade da injustiça.

27 de set. de 2011

Literatura que daria música - I

Ao ler o conto “As mãos de meu filho”, do escritor gaúcho Érico Veríssimo, pensei que daria uma música. A narrativa é sobre um grande pianista que tem a vida marcada pelas bebedeiras do seu pai e todo esforço de sua mãe. Não sou especialista em Érico Veríssimo, mas o escritor deve ter aproveitado o conto para tecer comentários sobre a música de Beethoven. Também deve ter sido um ouvinte atento das músicas clássicas executadas no piano, pois também existem referências ao piano no livro Incidente em Antares. É melhor deixar de masturbação literária e ir direto ao ponto.
O trecho do conto:
...o último acorde, as luzes se acendem. Por alguns rápidos segundos há com que um hiato, e dirse-ia que os corações param de bater. Silêncio. Os sub-homens sobem à tona da vida. Desapareceu o mundo mágico e circular...
O fragmento trouxe a minha memória uma parede sonora como Tragedy
ou From Ashes Rise.
Criar uma sonoridade próxima das bandas citadas, como já é feito no cenário punk rock, e usar esse trecho do Érico Veríssimo daria uma letra legalzinha. Você notou que fui alfabetizado, só não sei cantar nem tocar um instrumento para montar uma banda punk. Que merda!

PS: Depois de fazer o post, pensei o quanto pareceu babaca e arrogante esse tudo escrito aqui.
(Por Maikon K)

25 de set. de 2011

Merchan

Saca o merchan que o Anthony Kiedis fez pro OFF! no Rock in Rio.


O Anthony anda com esse boné pra lá e pra cá ultimamente. No mais recente videoclipe do RHCP, por exemplo, o boné tá lá:




Não sei hoje em dia, mas o Anthony e o Flea (que já tocou no Circle Jerks) mantinham uma forte amizade com o Keith Morris e toda aquela rapaziada da califórnia.
  

Flea e Keith Morris - No Olympic Auditorium -Maio de 1984

Singela homenagem no Rock in Rio Lisboa:



Anda ouvindo - Parte II


A segunda edição da coluna é com o Marcio, um amigo para mais de 15 anos. A nossa amizade surgiu da necessidade de comunicar e trocar som e ideias próximas as nossas realidades de filhos da classe trabalhadora das periferias de Joinville-SC. Nos identificávamos mais com o punk-hardcore e toda ética faça você mesmo. Acompanhado da nossa origem social, nos afastávamos rock underground feito por aqui, sem deixar de considerar a importância do rock underground local. Por aqui, queríamos relacionar o punk e todos os seus elementos comunitários. O Marcio escreveu o zine Fúria Cotidianda e cantou nas bandas Vidas em Chamas e Breathing Again. O fato é que o nosso querer não deu certo. Como diria o historiador De decca, somos os vencidos da história.

O que restou é uma relação de amizade que essa porra de punk criou entre Marcio e eu. Então, fique aí com o que anda ouvindo meu amigão.

1) Em todos esses anos de punk, qual disco mais ouviu?

Com certeza é o cd Complete Discography do Minor Threat. Este cd compila o 12” Out Of Step, os 7’’s Self Titled, In My Eyes e Salad Days, além de faixas gravadas para algumas coletâneas. Os dois primeiros 7”s também foram relançados em um 12” intitulado Minor Threat...pra ser mais exato, escutei mais este 12’’ com as músicas dos 7”s do que os demais...


2) Por quais razões recomenda para um punk rocker desavisado?

Engraçado, quando escutei a primeira vez não tive aquele impacto que tive com bandas como Dead Kennedys, Dag Nasty ou Nations On Fire...Minor Threat foi uma banda que aprendi a gostar com o tempo...um dos motivos que me motivou a gostar da banda foi toda a postura “faça você mesmo” que acompanha a banda...a forma como eles produziam e distribuíam seus discos...até hoje alguns ex-integrantes da banda mantém essa postura em seu selo, a Dischord Records. As letras também me chamaram atenção...me identifiquei com várias delas. São letras do tipo atemporais, ou seja, sempre vão fazer sentido indiferente da época em que foram escritas, pois não envelhecem com o tempo...letras com questionamento as regras vigentes e a pressão de grupo, que realmente fizeram todo sentido para mim naquela época da minha vida...”I don’t smoke, don’t drink, don’t fuck – at least I can fucking think...out of step with the world”. Letras como Straight Edge e Out of Step me fizeram questionar o que eu queria pra mim como indivíduo inserido em uma sociedade baseada em consumo e discriminação de quem se opõe ao status quo...obviamente, não foi apenas por isso que me tornei punk vegan straight edge, mas essa banda e suas músicas tem relação direta com isso e tudo aquilo que entendo por punk hardcore...para mim, Minor Threat sempre vai ser minha principal referência quando eu pensar em banda punk hardcore...

3) Qual disco ouve nos últimos dias?

O que tenho escutado nos últimos dias, pra não dizer nos últimos meses, tem sido o 7” Winds of Promise, da banda chilena Remission (Escute, aqui).

4) Por qual razão tenho de ouvir?

Essa banda quando escutei pela primeira vez fiquei impressionado...esses caras já tocaram em outra banda, na Remains To Be Seen...entretanto no Remission eles deixaram a pegada youth crew de lado e investiram numa sonoridade mais pra Verbal Assault mesmo...nesse 7” tanto a sonoridade quanto as letras pessoais soam perfeitas...essa banda renovou minha fé nas bandas de hardcore da América do Sul, tanto que hoje o Remission é uma das minhas bandas preferidas e o 7” Winds of Promise se tornou um dos discos que mais gosto em minha coleção...escute e tire suas próprias conclusões...


(Por Maikon k)

Menos punk

Eu sou menos punk. Eu nunca andei pelas noites joinvilenses com uma jaqueta legitimamente punk.


(Por Maikon K)

Trilha sonora de domingo VII

Quatro anos atrás morreu Lance (vocalista e guitarrista) da banda J - Church. Uma perda significativa no cenário punk rock subterrâneo.

A sonoridade é punk rock simples com pegada melódica e toda estética Do it yourself que tanto gosto.

A discografia é longa, em disquinhos de 7 polegadas são mais de 30 lançamentos. No link http://www.j-church.com/ você pode ter uma noção extensa lista de discos.
Poucos minutos atrás, eu corrigia as provas da meninada da 8 série ao som do disquinho Grin and bear It.

Eu não encontrei alguma música do disco que escutava, mas mando duas canções que são fodas.

e


(Por Maikon K)

24 de set. de 2011

Trilha sonora de sábado IV

É época de Rock in Rio. O evento traz bandas de black metal como Nx Zero e Cláudia Leite.
 Como eu não curto essa vertente do black metal, a trilha sonora pra hoje é qualquer música do disco Unsilent Death do Nails, os mais novos queridinhos do grind/crust californiano. Até!




Nails (Full Set) from hate5six on Vimeo.

20 de set. de 2011

Piores capas de discos do mundo - IV

Porra, eu sei que nos últimos dias o blog tem andado meio parado, sem nada de muito novo,  as postagens de ultimamente são aquelas de sempre: "Piores capas de discos, Trilha sonora do dia, etc.". Não é que não temos nada pra postar, é que, pelo menos no meu caso, falta um pouco de tempo para planejar coisas mais legais: estou trabalhando na indústria do carvão e chegando em casa todo fudido, todo sujo de carvão. E imagino que o Maikon também esteja com o tempo mais curto que o braço do Anão Chumbinho: o cara é professor e trabalha 24 horas por dia, imagina ter que aguentar trocentos mil alunos sebosos diariamente (claro que não é tão difícil como trabalhar na indústria do carvão, mas né, tem seu valor). Enfim...




Geralmente os discos de crust tem capas com desgraça, guerra, caos, com desenhos detalhados. Mas claro,  há exceções, como a capa desse disco do Cruel Face, que é tão feia e colorida que chega a ser engraçada : "Eu amo Desgraça" escrito com letra de novela da Record, fotinhos da natureza, um bebêzinho com a mão na boca, tudo propositalmente horrível. Como disse o Maikon K, em sua resenha sobre esse disco no Mau Humor Zine #1 : "minha mãe iria gostar dessa capa".

Vale lembrar que quando analisamos capas de discos, não estamos criticando o conteúdo sonoro da banda. O som do Cruel Face, por exemplo, é coisa linda.

Por Victor B.

18 de set. de 2011

Separados no nascimento

Dizem que Mark Greenway, vocalista do Napalm Death,  ganhou o apelido de Barney porque bebia muito.
Se Mark fosse amarelo poderia atuar facilmente em um filme do Simpsons.



 Beleza, que Mark é parecido com Barney todo mundo já sabe, não é novidade.
Só que alguém já parou pra refletir sobre a semelhança entre Mark e Jack Black? Deem uma olhada no clipe da música "Time Waits For No Slave" e tirem suas próprias conclusões.





Por Victor B.

Trilha sonora de domingo VI

As redes sociais são meios formidáveis para rapaziada do punk-hardcore falar merda. Quer ver quando o debate gira em torno da rapaize Straight Edge que gosta defender seus pontos de vistas, é de uma ignorância digna de algum programa televisivo dizendo que bandido merece a morte.

Inspirado em todas essas merdas ditas lembro da banda Void, eita som fodido da capital dos EUA.


13 de set. de 2011

Piores capas do mundo - III

A capa do EP do Project X é feia pacas. Toda a temática Straight Edge não obrigada a proposta estética ser tão fraquinha, como predomina nas bandas youth crew Straight Edge.

O Good Clean Fun já fez piada sobre a proposta estética, ou seja, essa postagem não é nada inovadora, é só pra zoar com meu amigo Straight Edge preferido, o Marcinho. Fato que não impede da capa tá na lista das PIORES CAPAS DO MUNDO.


(Por Maikon K)

11 de set. de 2011

Trilha sonora de domingo V

Não bastava o Vitinho ter postado baladinha punk anos 80. Fiquei sabendo que na manhã de hoje, o pivete fez uma tatuagem na barriga. O tosco escreveu Atitude Punk. Va sê fudê, seu moleque!
A melhor lição é um pouco de Justiça das Ruas, do Bandanos. Os caras voltaram a tocar ao vivo nesse final de semana. Tomara que Vitinho tome a lição.

Os punks representados no cinema - parte V


 Eu não sabia ao certo se colocava Repo Man nos "Punks representados no cinema", pois a idéia inicial do post é postar apenas filmes que tenham punks de visual exagerados, que matam, estupram, enganam velhinhas e tudo mais.
Vale lembrar que Repo Man não é um filme sobre punks, isto é,  uma biografia sobre um punk "famoso" ou sobre a cena de algum lugar. Repo Man é um filme com uma história totalmente sem noção que, apesar de ter Otto como personagem principal, um jovem que ouve punk, deixa em segundo plano a cena punk-hardcore oitentista americana [procurar sobre o filme no google]. O legal é que Otto representa bem o modelo de punk americano dos anos 80 (tirando a parte de se envolver com um carro "alienígena"), isto é, pelo fato de ter pais cristãos alienados, ter um emprego de merda e uma vida decadente e sem perspectivas.
E até que o longa tem uns punks "malvados" que mais parecem clubbers, mas a aparição deles é bem dosada ao longo do filme.




Pra quem quiser saber da trilha sonora do filme, clique aqui

Os próximos posts "Os punks representados no cinema" é só mês que vem.

Confira a quarta parte de Os punks representados no cinema
 


Por Victor B.

10 de set. de 2011

Trilha sonora de sábado III

Hoje tomei uma atitude punk: liguei o videogame e joguei Tony hawk Pro Skater 3.
O jogo tem a música Amoeba, do Adolescents. O primeiro álbum da banda ficou como trilha sonora  pra hoje.



6 de set. de 2011

As piores capas de discos do mundo - II


Banda: D.R.I.
Álbum: Crossover (1987)

É tanta prata, brilho e metal, que se eu não conhecesse o som do D.R.I, diria que esse disco era de alguma banda de power metal, symphonic metal ou sei lá mais o quê. O "símbolo" da banda, que é o bonequinho pogando dentro de um círculo, ficou parecendo a logo da Rede Globo ou da Rede Bandeirantes.Lamentável.


4 de set. de 2011

Trilha sonora de domingo IV

A trilha sonora de hoje é Coma Girl do Joe Strummer & The Mescaleros. A música é conduzida como um dia de domingo com céu composto por nuvens que escondem chuvas para levar qualquer um para a cama.

3 de set. de 2011

Trilha sonora de sábado II

Sábado é um dia de negar tudo: negar a Supercine, negar o Zorra Total e negar qualquer  outro programa babaca.
É dia de ver um filme de luta ou um de ação. É dia de dar um soco no rim de algum desafeto, ou então, dar uma rasteira naquele seu sobrinho ou priminho chato. É dia de matar pessoas, depredar edifícios e comer aquele chocalate chamado Crunch.
Um dia tão maravilhoso só podia me lembrar uma música igualmente maravilhosa: Crush Kill Destroy, da banda SPAZZ.




Por Victor B.

2 de set. de 2011

Os punks representados no cinema - parte IV


 Desejo de Matar 3 não está no gênero "ação", e sim no gênero "filme de macho norte americano que tem um latino como jardineiro".
Os marginais de visual punk desse filme (uma mistura de motoqueiro, com hippie, metalero, personagens do Final Fighter e sei lá mais o que) são os demonhos em pessoa. Liderado por um caro loiro desnutrido, os "punks" estupram, batem em velhinhas e explodem lojas, por exemplo.
O ruim é que eles foram se meter justamente com Charles Bronson, um homem desprovido de coração, que segue a lógica da bala. Roubou uma câmera? Tiro nas costas! Roubou o toca-fitas de um carro? Pipoco no tórax, e por aí vai.
Desejo de Matar 3  é uma pérola. O cenário é perfeito: a zona leste de Nova Iorque, que provavelmente tem a maior concentração  de ferros velhos e edifícios caindo aos pedaços de todo o Estados Unidos. Só faltou o pixo do Germs, que pode ser encontrado em Desejo de Matar 2.

Selecionei algumas cenas pra representar o que eu escrevi:





Confira a terceira parte de Os punks representados no cinema 


Por Victor B.

Protesto punk - II


O Movimento Passe Livre (MPL - Joinville) está com uma programação para discutir a mobilidade urbana. A participação de punk rockers é importantíssima para manter vivo o espírito insurgente.